Hoje em dia, temos duas grandes modas na música brasileira: Restart, e falar mal de Restart. No cenário mundial, algo parecido acontece com as fãs fanáticas por Justin Bieber de um lado, e os fãs fanáticos por falar mal do adolescente com voz de menina do outro. Em grande parte, o que eu sei desses dois fenômenos se restringe ao que vi na mídia, ou em algum blog por aí (que normalmente se restringem a duvidar da sexualidade dos supra citados músicos). Então, para não dizerem que eu sou um alienado da cultura pop, realizei o supremo esforço de abrir a página do YouTube e ouvir algumas músicas de Restart e Justin Bieber, para então dizer minha opinião a respeito. Sabe qual foi a minha conclusão? Não é tão ruim assim.
"Mas como assim, Andarilho?" você me pergunta "como é que você pode não detestar e desejar a morte de músicos tão ruins?" Ou, se você é fã de algum desses cantores, pode me perguntar "como é que você pode não achar o que eles fazem um orgasmo em forma de música?" Eu respondo a ambas as perguntas.
Sinceramente, nem Restart, nem Justin Bieber constituem o que eu chamo de "boa música". Ambos dependem pesadamente de refrões para seremenfiados na memória coletiva lembrados pelo público, usam todo tipo de truques possíveis para chamar a atenção de seu público-alvo (meninas de 13 anos) e não são nada originais. Qualquer pessoa que tenha vivido 22 anos numa sociedade ocidental já ouviu esse tipo de música milhares e milhares de vezes tocando na rádio antes do advento da Revolução Colorida e do Ataque do Menino com Cara de Menina. São músicas que apelam da maneira mais simplória aos sentimentos dos ouvintes, e são muito facilmente relembradas. Eu não tenho nenhum problema com isso.
"O QUÊ?" alguém deve ter gritado ao ler a última frase do parágrafo anterior, depois de cuspir todo seu café na tela do computador. Então, agora que o choque já passou, repito o que disse: eu não me importo com músicas baratas, extremamente comerciais ou que só possuem apelo por aderirem ao menor denominador comum. Não tenho nenhum problema quanto a isso por que 90% de todas as músicas já feitas na história caem nesta categoria. É a chamada Lei de Sturgeon: 90% de tudo que já foi feito é lixo. Isso se aplica aos nossos dias, aos dias de nossos antepassados, e se aplicará aos dias de nossos descendentes.
Imagino que algum vivente que leia este blog, indignado com a minha afirmativa de que quase tudo que a humanidade produz é cacaca, iria me apontar a música da década de 1970, o rock brasileiro da década de 1980, os grandes compositores clássicos como Bach, Mozart e Chopin, e perguntar se eles são porcaria também. Ao receber esta pergunta, eu diria que não, eles não são porcaria - eles são aqueles que nós nos damos ao trabalho de relembrar, coisa que não acontece com todos os outros compositores e músicas de suas épocas que nós graciosamente relegamos ao esquecimento. A humanidade produz uma grande quantidade de idéias (memes) a todo momento, e querer manter todos eles em nossa memória coletiva seria muito nocivo para a civilização, pois nos tornaríamos incapazes de diferenciar o excelente do horroroso. E na maioria das vezes, só por que algo é popular, não quer dizer que este algo seja bom. Querem um exemplo além de Restart e Justin Bieber? Sugar Sugar. Numa época em que os Beatles, Jimmy Hendrix e Bob Dylan estavam em seu auge, essa era a música mais popular, a que tocava em todas as rádios. Ela é ruim? Não. Ela fez alguma diferença no cenário mundial? Também não. Beatles, Hendrix e Dylan fizeram? Hell yes. Por que nós lembramos mais deles do que The Archies, se eles não eram tão populares? Por que eles eram muito, muito bons, e revolucionaram a maneira de fazer música, enquanto que Sugar Sugar é só mais uma dessas músicas que grudam no seu ouvido e não saem nunca mais.
Então, ao invés de ficar falando mal de Restart e Justin Bieber, e como eles são a prova definitiva de que a música morreu, pare de ouvir Atlântida FM e vá ouvir alguma música nova, que talvez pouca gente escuta mas que te dá calafrios. Quem sabe você não descobre um novo Paul McCartney.
"Mas como assim, Andarilho?" você me pergunta "como é que você pode não detestar e desejar a morte de músicos tão ruins?" Ou, se você é fã de algum desses cantores, pode me perguntar "como é que você pode não achar o que eles fazem um orgasmo em forma de música?" Eu respondo a ambas as perguntas.
Sinceramente, nem Restart, nem Justin Bieber constituem o que eu chamo de "boa música". Ambos dependem pesadamente de refrões para serem
"O QUÊ?" alguém deve ter gritado ao ler a última frase do parágrafo anterior, depois de cuspir todo seu café na tela do computador. Então, agora que o choque já passou, repito o que disse: eu não me importo com músicas baratas, extremamente comerciais ou que só possuem apelo por aderirem ao menor denominador comum. Não tenho nenhum problema quanto a isso por que 90% de todas as músicas já feitas na história caem nesta categoria. É a chamada Lei de Sturgeon: 90% de tudo que já foi feito é lixo. Isso se aplica aos nossos dias, aos dias de nossos antepassados, e se aplicará aos dias de nossos descendentes.
Imagino que algum vivente que leia este blog, indignado com a minha afirmativa de que quase tudo que a humanidade produz é cacaca, iria me apontar a música da década de 1970, o rock brasileiro da década de 1980, os grandes compositores clássicos como Bach, Mozart e Chopin, e perguntar se eles são porcaria também. Ao receber esta pergunta, eu diria que não, eles não são porcaria - eles são aqueles que nós nos damos ao trabalho de relembrar, coisa que não acontece com todos os outros compositores e músicas de suas épocas que nós graciosamente relegamos ao esquecimento. A humanidade produz uma grande quantidade de idéias (memes) a todo momento, e querer manter todos eles em nossa memória coletiva seria muito nocivo para a civilização, pois nos tornaríamos incapazes de diferenciar o excelente do horroroso. E na maioria das vezes, só por que algo é popular, não quer dizer que este algo seja bom. Querem um exemplo além de Restart e Justin Bieber? Sugar Sugar. Numa época em que os Beatles, Jimmy Hendrix e Bob Dylan estavam em seu auge, essa era a música mais popular, a que tocava em todas as rádios. Ela é ruim? Não. Ela fez alguma diferença no cenário mundial? Também não. Beatles, Hendrix e Dylan fizeram? Hell yes. Por que nós lembramos mais deles do que The Archies, se eles não eram tão populares? Por que eles eram muito, muito bons, e revolucionaram a maneira de fazer música, enquanto que Sugar Sugar é só mais uma dessas músicas que grudam no seu ouvido e não saem nunca mais.
Então, ao invés de ficar falando mal de Restart e Justin Bieber, e como eles são a prova definitiva de que a música morreu, pare de ouvir Atlântida FM e vá ouvir alguma música nova, que talvez pouca gente escuta mas que te dá calafrios. Quem sabe você não descobre um novo Paul McCartney.
Um comentário:
Oi Andarilho! É isso mesmo. Parem de escutar Atlântida e estas outras que só estão aí para reforçar esses l....... musicais e vai fazer algo melhor.
Um abraço,
fscout
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