quarta-feira, 2 de junho de 2010

Post nada a ver - Cachecol

Esse inverno eu comecei a usar cachecol. Nunca usara antes por que achava desnecessário, uma frescura até. Esse ano, porém, decidi experimentar, mais ou menos como uma pessoa qualquer decidiria experimentar crack, com a diferença que usar cachecol não é usar crack. Ainda assim, vicia.

Decidi começar a usar depois que eu voltei da Bolívia. Lá, eu comprei roupas e acessórios que normalmente eu não usaria, como uma camiseta laranja, uma calça roxa, um poncho de lã de alpaca e um gorro andino - resumindo, todas aquelas peças de vestuário que só gente metida usa no Brasil, pra mostrar que viajou pra fora do país e se "mesclou" com a população nativa (quando na verdade elas só mostram que gastaram dinheiro para dar a impressão de que se misturaram com a população nativa, mas isso não é o assunto do post de hoje). Eventualmente, eu uso alguma dessas coisas, porém está sendo um pouco difícil, por que, convenhamos, ir de poncho ou de toquinha boliviana para o estágio não pega bem. O cachecol, por outro lado, não é tão mal visto. Pelo contrário, chega até a ser elegante. Enquanto eu enrolo meu cachecol envolta do meu pescoço, fico me imaginando em Torres, do lado do farol, olhando em direção ao mar com uma expressão desafiadora, enquanto o vento furiosa e inutilmente sopra meu cachecol cinzento para trás como uma bandeira.

Claro, depois que eu termino de enrolar ele, percebo que nada disso está acontecendo, mas pelo menos minha garganta está aquecida e eu estou mais apresentável.