domingo, 15 de novembro de 2009

Poetry

Criado como fui, um homem no Rio Grande do Sul, nunca senti-me muito atraído pela Poesia. Na verdade, nunca dei-lhe importância, ou, quando muito, a classifiquei como uma arte desconexa e afeminada. Por isso, nunca peguei um livro de poesia ou me dignei a ler mais a respeito dela do que os afazeres escolares me obrigavam. Recentemente, esta opinião mudou radicalmente, depois de assistir "A Sociedade dos Poetas Mortos" novamente, e deixar a paixão que o personagem interpretado por Robin Williams expressa pela vida através dos versos tomar conta de mim. Por causa desta paixão, fui até a Biblioteca Central e peguei um livro de Walt Whitman. Comecei tibiamente, lendo algumas estrofes aqui e ali, sem saber muito bem o que encontrar e o que fazer do que lia.

Hoje, porém, creio que descobri por que os personagens do filme reuniam-se em uma caverna para ler poesia, pois, depois de acordar com uma sensação de que nada na vida vale a pena, procurei a ajuda de meu amigo Walt, e em suas palavras encontrei grande conforto – um conforto que poucas vezes senti antes. Em seu estilo simples e belo, ele me falou do desespero, e do medo de viver como um tolo, não como um autor raso, que fala da boca para fora, mas do fundo de seu coração, como só alguém que sentiu tudo isto poderia fazer. Porém, ele não se limitou à negra escuridão da alma, pois em suas palavras deixou um relance da aurora por vir, e da força que a tudo permeia e tudo dirige. Nenhuma outra arte ou ciência pode fazer com a mesma potência que a Poesia.

O me! O life! of the questions of these recurring, 
Of the endless trains of the faithless, of cities fill'd with the
 
foolish,
 
Of myself forever reproaching myself, (for who more foolish than I,
 
and who more faithless?)
 
Of eyes that vainly crave the light, of the objects mean, of the
 
struggle ever renew'd,
 
Of the poor results of all, of the plodding and sordid crowds I see
 
around me,
 
Of the empty and useless years of the rest, with the rest me
 
intertwined,
 
The question, O me! so sad, recurring-What good amid these, O me,
 
O life?

Answer. 
That you are here-that life exists and identity,
 
That the powerful play goes on, and you may contribute a verse.

(Walt Whitman)

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