sexta-feira, 5 de setembro de 2008

No Pain, No Gain!

Só para continuar no assunto de Wushu.

Quarta-feira, quando saí da academia, tentei me balaquear para fechar uma porta com o pé, calculei mal a distância e bati o ombro com tudo na parede, depois de ter acertado meu cotovelo com o nuntchako e minha coxa com o cotovelo (não vou dar muitos detalhes, só digo que doeu). Já não sinto mais dor nenhuma.

Estas são apenas as lesões mais recentes. A pior de todas, pelo menos das que eu lembre, foi quando resolvi treinar uma hora de rolamentos, dois dias seguidos. Passei um final de semana inteiro prostrado em dor. Acho que já falei desse causo antes, mas cabe repetir. A segunda pior de todas não doeu no corpo, mas na minha alma masculina. Treinando Karatê, em dupla, resolvi complicar um pouco a técnica e oferecer resistência. Acabei levando um joelhaço no saco. Posso não ser tão sem-noção quanto alguns por aí, mas eu realmente não sei onde eu estava com a cabeça quando decidi que seria divertido ficar de palhaçada com uma faixa preta.

Uma coisa que o Kung Fu nos proporciona é tolerância à dor e alta velocidade na recuperação de machucados. Claro, depois de muito se lesionar e muito ficar chorando de dor.

Dia de Faixa Verde

Essa tarde, participei de um minicurso de fotografia digital no Salão de Extensão da UFRGS (tanto o minicurso quanto o salão foram muito legais, mas falarei disto em outro post). Como já estava no centro mesmo, decidi que iria treinar hoje também. Foi meu primeiro treino como faixa verde. Achei estranho que a minha imagem no espelho da academia não tivesse a cintura amarela.

Foi um treino como qualquer outro - não fiquei mais cansado do que costumo ficar, mesmo sendo a "sexta-feira infernal" do prof. Fábio. Na verdade, ele inventa exercícios novos e mais extenuantes do que nunca e, para aplicá-los, diz que sexta-feira é dia de se ralar. Besteira. TODO treino com ele é de ralar. Mas isso não vem ao caso aqui.

A maior diferença que notei foi quando treinei luta ensaiada com o outro faixa verde do horário: ele não teve medo de me machucar, coisa que nunca acontecia entre faixas amarelas. Não que ele tenha me acertado um cotovelaço na cara ou chutado meu saco sem querer, mas se eu bobeasse alguma coisa deste tipo teria acontecido. Parece que a faixa verde passa a mensagem de que eu agüento, e que ele não precisa se refrear. Consegui me defender e manter o ritmo da técnica sem grandes problemas, apesar de ter notado muitos erros meus. Eu achava que o treino dos faixas verdes era mais puxado, que os professores pegavam mais pesado. Talvez o aspecto mais marcante seja o foco e a falta de medo de se machucar.

Motivação

Gostaria de falar um pouco do que me motiva a escrever neste blog. Antes de tudo, tenho enorme vontade de pôr minhas habilidades em prática, de desenvolvê-las e ampliá-las. Isto tanto o blog quanto o Kung Fu me proporcionam, e ambas as práticas me trazem maior equilíbrio emocional. O blog, contudo, possui um ar diferenciado, pois nele me permito trazer à tona todas as minhas angústias, dúvidas e incertezas, da mesma forma que meus êxtases, convicções e alegrias, compartilhá-las com outras pessoas e discutí-las. Mesmo que poucas pessoas comentem aqui e falem comigo no meu dia-a-dia, é uma experiência animadora.

Vejo o Espadachim Cego como o meu diário de campo: uma ferramenta de pesquisa científica, onde escrevo sobre minhas impressões, tanto do ponto de vista "objetivo" quanto "subjetivo". Escrevo para outras pessoas lerem sobre assuntos que considero relevantes, de uma forma idiossincrática. Considero isto muito positivo e válido, pois me passa a impressão de que estou ajudando a construir algo maior e melhor para a humanidade (perdoem o exagero).

O que não entendo muito bem é por que algumas pessoas criam blogs para ficar falando apenas das festas que foram, do jogo do Grêmio ou das olimpíadas. Em outras palavras, não vejo sentido em criar um blog para fazer dele um flog ruim. Para ser mais exato, consigo imaginar alguns motivos que levam as pessoas a escreverem sobre e para si mesmos apenas, como necessidade de auto-afirmação ou desejo de aparecer, mas nenhum deles é egosintônico para mim, ou o é de forma muito reduzida e superficial. Em mim, é muito mais forte a motivação de dar uma contribuição original e espontânea ao mundo. Talvez mude de idéia futuramente, mas acredito que é isto que faço com o blog.