segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Letras de Música (Parte 2)

Bad Day
Artist: R.E.M.

A public service announcement followed me home the other day.
I paid it nevermind. Go Away.
Shits so thick you could stir it with a stick-free Teflon whitewashed
presidency.
We're sick of being jerked around.
Wear that on your sleeve.

Broadcast me a joyful noise unto the times, lord,
Count your blessings.
We're sick of being jerked around.
We all fall down.

Have you ever seen the televised St. vitus subcommittee prize
Investigation dance? Those ants in pants glances.
Well,look behind the eyes.
It's a hallowed hollow anesthetized"save my own ass, screw these guys"
smoke and mirror lock down.

Broadcast me a joyful noise unto the times, lord,
Count your blessings.
The Papers wouldn't lie!
I sigh, Not one more.

It's been a bad day.
Please don't take a picture.I
t's been a bad day.
Please.

We're dug in deep the price is steep.
The auctioneer is such a creep.
The lights went out, the oil ran dry
We blamed it on the other guy
Sure, all men are created equal.
Heres the church, heres the steeple
Please stay tuned-we cut to sequelashes, ashes, we all fall down.

Broadcast me a joyful noise unto the times, lord,
Count your blessings.
Ignore the lower fear
Ugh, this means war.

It's been a bad day.
Please don't take a picture.
It's been a bad day.
Please.

Broadcast me a joyful noise unto the times, lord,
Count your blessings.
We're sick of being jerked around.
We all fall down.
It's been a bad day...
----

Uma música de indignação, com uma batida boa e letra legal. Não sei por que, mas acho que vale a pena colocá-la aqui.

Minhas Aulas na Faculdade (Parte 2)

Segundo Semestre

Constituição do Sujeito Psíquico - Obrigatória
Overview:

Nome imponente, não? Pois é, o conteúdo também. E quando digo "imponente", eu quero dizer "incompreensível e humilhante". Textos extremamente complexos e (acredito) sem nenhuma fundamentação empírica - tudo tirado da cachola de um guruzão e tomado como verdade absoluta. Vários colegas meus gostaram das aulas, que por mais complicada que fossem, foram dadas com boa didática e com dedicação por parte da professora. Respeito isso, mas o conteúdo... podia ter colocado outra coisa no lugar. Meus colegas que gostaram defenderiam que, como não tivemos nenhuma introdução decente ao assunto (Psicanálise de Freud), ficou impossível que entendessemos as aulas desta disciplina (sobre Psicanálise de Lacan).


Método de Avaliação:
Dois trabalhos dissertativos menores, e um trabalho final - apresentação e relatório. Sobre os dois primeiros trabalhos, não tenho do que reclamar do método de avaliação, pois a professora leu e corrigiu todos os trabalhos entregues, e deu notas justas. A avaliação do trabalho final seguiu a mesma lógica, mas as notas pareceram muito mais sorteadas do que dadas justamente (alguns tiraram A enquanto que a maioria tirou B - sem justificativas).

Desenvolvimento Humano II - Obrigatória
Overview:
Como indica o nome, esta disciplina seria a continuação dos estudos do Desenvolvimento Humano sob a ótica da Psicologia. Enquanto no primeiro semestre aprendemos sobre o desenvolvimento cognitivo infantil segundo a Epistemologia Genética (teoria de Piaget) e a teoria de Vigotski, neste semestre aprenderíamos sobre o desenvolvimento emocional infantil, de acordo com as teorias de Winnicott, Bowlby, Erikson e outros autores, em sua maioria psicanalíticos (mas nem por isso ruins).

Como é de praxe, tivemos três professoras diferentes - sendo cada uma responsável por uma etapa da disciplina. A primeira etapa teve assuntos interessantes, com convidados em uma e outra aula. A professora foi diligente e raras vezes deixou de comparecer na hora marcada. Entretanto, a didática era fraca, sendo que considerei mais proveitoso ler os textos recomendados ao invés de ir assistir a apresentação dos mesmos no Power Point (mas que para tirar dúvidas eram excelentes).

A segunda etapa começou, mas a segunda professora veio muito poucas vezes pessoalmente nos dar aula. Geralmente, ela simplesmente mandava uma mestranda ou doutoranda falar sobre suas linhas de atuação e pesquisa. Estas aulas eram bem interessantes, pois nos era apresentada a perspectiva de profissionais que trabalham fora do meio acadêmico (isso é raro), mas os assuntos eram em sua maioria desconexos do assunto principal da disciplina.

A terceira etapa foi, de longe, a mais polêmica (e por isso divertida) de todas. A professora encarregada dessa etapa era uma doutoranda. Doutorandas, mestrandos e outros tipos de bolsista que dão aula são considerados os estagiários do Instituto: alguns são bons, mas a maioria... são estagiários. Na sua primeira aula, nos pareceu que ela pertencia ao seleto grupo dos bolsistas que sabem o que fazem. A segunda aula estuprou, matou, esquartejou e estuprou de novo a primeira impressão, e jogou os seus restos mortais em um parquinho infantil. É, deixou uma impressão ruinzinha, pra ficar nos eufemismos. Nessa aula que ficou conhecida como "A Aula Mágica", ela falou sobre o PET scan tirar "fotos da mente", da ciência psicanalítica, e o supra sumo da bizarrice: dos soldadinhos da libido para explicar a teoria libidinal de Freud. Depois dessa aula, nossa diversão principal na disciplina era procurar inconsistências nos artigos escritos pela professora e no conteúdo de aula (não era difícil). Admito que fomos influenciados pela má imagem formada pela professora na segunda aula, e que talvez tenhamos visto problemas de mais. Mas vimos vários problemas. Eu nem fui um inquisidor: percebi durante a Aula Mágica que não ia gostar daquilo e entrei em estado catatônico - só fiquei sabendo dos rolos por causa de meus indignados colegas. Enfim, uma aula deveras caceteada.

Método de Avaliação:
Tivemos um trabalho e uma prova dissertativa na primeira e na segunda etapas. Todos foram justos e bem avaliados. O trabalho final ficou por conta da terceira professora, que nos mandou fazer uma análise psicodinâmica de um caso clínico. "Análise psicodinâmica" implica que tenhamos uma trajetória consistente em Psicanálise. No segundo semestre de faculdade. "Caso clínico" implica que tenhamos pacientes. No segundo semestre de faculdade. "Análise psicodinâmica de caso clínico no segundo semestre de faculdade" implica que alguém comeu cocô quando decidiu dar esse trabalho. Mas vou ser justo: ela avaliou os trabalhos conforme nossa capacidade, e foi extremamente construtivo entrevistar alguém e avaliar seu desenvolvimento emocional (no caso, eu entrevistei o Huginn).


Fisiologia Geral Aplicada à Psicologia - Obrigatória
Overview:
Herdeira da disciplina de "Neuroanatomia Funcional", dada pela terceira professora da mesma. Tomei menos na bunda nessa cadeira, e posso até dizer que entendi alguma coisa. O método de ensino foi o mesmo do semestre passado, e acho que estavamos melhor preparados para o Discurso Socrático.

Método de Avaliação:
Uma prova com consulta - difícil, mas não impossível. Era só saber um pouco da matéria e onde procurar nos polígrafos e livros. A segunda prova foi tantas vezes adiada, para que pudéssemos ver todo o conteúdo programático e para que não ficasse nenhuma lacuna (aqui devo agradecer a professora, que priorizou nosso aprendizado à tranqüilidade de não ter que corrigir trabalhos no final de semana), acabou virando um trabalho por internet: a professora mandava um caso clínico, ou três questões sobre um assunto, e teríamos que responder com nossos conhecimentos e Google-Fu. Fui bem nessa prova.



História da Psicologia - Obrigatória
Overview:
Outra herdeira direta, só que da disciplina de Filosofia e Psicologia. O professor era o mesmo, mas neste semestre, ele preferiu mostrar porque ele é famoso por não dar aula nenhuma para os alunos de graduação, e mandou dois doutorandos fazerem o trabalho sujo. A primeira doutoranda chamaremos de "Ursinho Carinhoso", e o segundo doutorando de "Coração Gelado", para contrastar as capacidades sociais e emocionais de cada um. As aulas da Ursinho foram interessantes, divertidas até. O assunto não era tão interessante quanto gostaria, mas a didática dela era boa. Já do Coração Gelado não posso falar o mesmo. Para começo de conversa, o apelido dele remonta ao remoto primeiro semestre, quando ele nos deu algumas auls de Filosofia, e sua incrível capacidade de manter-se apático e não expressar emoção alguma espantava quase todos os estudantes da sala, e nos que lá ficavam, sono. Coração Gelado é apenas o apelido que sintetiza toda essa morte interna dele. Bem, não posso dizer que ele não se esforçava, e devo dizer que os textos selecionados eram em sua maioria muito bons. Ele até sorriu algumas vezes. A turma até fez um movimento para não deixar a sala despovoada na aula dele (depois de uma primeira aula completamente esvaziada), mas não durou muito tempo. Pobre Coração Gelado! No fundo ele é só um garoto tímido com emoções reprimidas. Mas ele que vá curar suas frescuras no terapêuta, e não com a gente.


Método de Avaliação:
Uma prova com a Ursinho, uma prova e um trabalho (apresentação e relatório) para o Coração Gelado. A prova da Ursinho foi complexa, exigente, mas como eu sabia o conteúdo não foi nem um pouco impossível (apesar de ter choramingado um pouco). O trabalho do Coração Gelado funcionou da seguinte maneira: só aparecia nas aulas a tropa de choque (os que sempre vão na aula) e quem tinha que apresentar trabalho. No dia da minha apresentação, entrei na sala e quase berrei "CADÊ O MONSTRO DO CORAÇÃO GELADO?", mas meu sexto sentido me avisou para ficar quieto. Ainda bem, pois lá estava ele, espreitando na sombra por sua presa, no caso, nós e nossos slides. Mas ele foi justo na avaliação. A prova dele foi mais complicada. Parecia para nós, perenes gazeadores, que ele tinha escrito aquelas questões só pra ferrar a gente. Algumas pessoas reclamaram que correção fora enviesada e injusta, mas esse não foi o caso comigo. Tinha errado só uma parte de uma questão, mas tinha errado mesmo, e confio que o Coração Gelado foi, novamente, justo. De fato, ele é um cara bacana, só espero nunca mais ter aula com ele.



Pesquisa em Psicologia
Overview:
Uma das melhores e uma das piores cadeiras do semestre ao mesmo tempo. Dividida em duas partes como tantas outras de nossas disciplinas, sua primeira parte foi dada por uma doutoranda do professor titular da cadeira. Como o assunto era interessante (Filosofia da Ciência) e a doutoranda era uma das poucas bolsistas que sabem o que fazem, além de bonita, a aula foi estimulante (viva o duplo sentido). A segunda parte foi dada pelo professor titular, e focava-se nos aspectos práticos da pesquisa em Psicologia. Interessante de fazer, chato de ouvir. A chamada era a parte mais interessante da aula, pois o professor chamava e dava falta em menos de 5 segundos se não fossemos rápidos o suficiente (nunca ganhei falta por lentidão). Não que ele cobrasse presença, aliás, ele até preferia que quem não estivesse interessado fosse embora ("o dia tá bonito, vão lá fora, vão pro bar, vão passear, vão pro motel, mas não fiquem aqui enchendo o saco de quem quer aprender!"). A didática dele é baseada na repetição: ele falava sobre a mesma coisa duas ou três vezes, para ter certeza de que tinhamos entendido. Chato para quem é rápido, maravilhoso para quem é lento. Provavelmente isso é um reflexo da dificuldade do próprio professor se concentrar (aposto que ele tem Transtorno de Déficit de Atenção e/ou Hiperatividade - TDA/H). Mas não dava para reclamar de falta de explicação, pois se não tivessemos entendido em aula, ele explicaria depois, e deixou a nossa disposição os textos originais em inglês do polígrafo (horrívelmente) traduzido que utilizava como base teórica. Geralmente ele chegava atrasado, e repreendia quem fazia isso depois dele (deveríamos pegar uma foto dele com cara de mau, escrever em baixo "Tu tá atrasado!" e fazer uma camiseta). Isso era divertido também.


Método de Avaliação:
Tivemos uma prova com a primeira professora, e um trabalho e uma prova com o segundo professor. O trabalho serviu mais como fator de desempate, caso alguém tivesse ficado entre uma nota e outra (no limbo entre B e A, especialmente). Quanto às provas, o professor sempre disse que não estava ali para nos ferrar, e que nós iríamos tirar tudo A, e que isso não significava muita coisa. Para estudarmos para a prova, eles sempre nos mandavam com antecedência todas as questões que podiam cair na prova (através de sorteio), para que tivéssemos tempo e algum guia de leituras. Bom para a gente e excelente maneira de estudar (pelo menos para quem respondesse todas as questões).




Psicologia e Políticas Públicas - Obrigatória
Overview:
Esta foi a segunda aula que tive com a professora de Psicologia Social I. Admito que esta disciplina tinha um dos conteúdos mais atraentes de todos, as políticas públicas no Brasil e no Rio Grande do Sul, sob a visão da Psicologia. Mas essa Psicologia viria a ser a Psicologia Social e Institucional, os enroladores mestres. Não faltei muito suas aulas, mas não fazia questão de ir. Nenhum pouco, aliás. Mas admito que, se a cadeira começou tediosa ao extremo, terminou com debates e palestras de professores convidados impressionantes. Ainda assim, essa era uma disciplina que eu não me importaria de não ter cursado.


Método de Avaliação:
Ah, a cereja do bolo! Se eu fosse dar um prêmio de "Avaliações Mais Porcamente Feitas", daria para a professora de Políticas Públicas. Com honra ao mérito. Ela fez dois trabalhos, um menor e um maior (o final). O trabalho menor acabei entregando atrasado por falha minha, mas entreguei em mãos para a professora. E ela teve a capacidade de perdê-lo. Tudo bem, ela ia fazer uma avaliação terrível de qualquer forma, mas isso mostra a consideração que ela tem por seus alunos, e atrevo-me a dizer, por minha pessoa, a quem ela chamou de "vagabundo" quando ela fez a chamada uma vez e eu não estava presente. Mas a chamada eu falarei mais adiante.


O trabalho final foi realmente estimulante de fazer, exceto em uma coisa: era em grupo, e eu caí no grupo mais infeliz de todos, pois era o único disposto a trabalhar. Nossa tarefa era simples: fazer um estudo de caso de um conselho de políticas públicas, como o Conselho Municipal de Saúde, o Conselho Estadual de Saúde, e outros não relacionados diretamente à área da saúde, cujos nomes não lembro no momento. Isso seria uma barbada para mim, pois já sou um aventureiro desses conselhos brutos faz algum tempo, me sentiria à vontade. O problema é que fui o único do meu grupo a ir na reunião do conselho que tínhamos nos proposto a ir. Depois eles tentaram fazer remendos, avaliando um vídeo de um congresso disponível na internet, ou entrevistando uma usuária do SUS. O trabalho estava fadado a ser um lixo, mas eu fiz a pior escolha que podia ter feito: resolvi fazer só minha parte e confiar nos outros.


Sabe o que a Tia Fifi dizia no maternal, para confiar nos outros? Esqueça. Não confie em ninguém que não tenha lhe dado motivos para tanto. Não foi o caso do meu grupo. Nosso trabalho foi o pior avaliado de todos, a única nota C. Se eu tivesse feito a maior parte do trabalho sozinho, talvez tivéssemos uma fighting chance (chance de combate), mas minha apatia falou mais alto. Mas uma coisa me consola: minha parte do trabalho estava bem feita. Eu conferi, e pedi para que um colega, da minha mais alta confiança, a corrigisse. E ele disse que estava bom (olha que o cara é exigente!). E minha parte do trabalho foi tão ou mais caceteada que o resto, que estava horrível. Não sei, mas acho que a professora não gosta nem um pouco de mim.


Falarei rapidamente da chamada. Trocando em miúdos, ela só fazia a chamada quando tinha pouca gente em sala de aula, pois desse modo ficava mais fácil de contar. Ela não seguia padrão algum: ora fazia a chamada no início, ora no fim. Geralmente, fazia no fim, e ferrava quem tinha que pegar ônibus mais cedo. Chamou uma colega minha de "inexistente" e me chamou de "vagabundo", além de ter insultado mais alguém.


O pior é que, apesar de tudo, eu não consigo detestar ela. Ainda considero a possibilidade de fazer uma eletiva com ela. Eu me odeio.




Psicologia Social II - Obrigatória
Overview:
A exceção à regra que I é diferente de II, pois o que vimos em Social I foi igual ao que vimos em Social II. No começo, a professora e sua mestranda até tentaram cobrar chamada, pois segundo elas, era importante ficar em sala de aula ouvindo seus intermináveis e maçantes monólogos sobre a Dobra e debater sobre a matéria, igualmente chata. Mas depois de um tempo, quando ela percebeu que o pessoal só pegava a chamada e ia embora logo em seguida (eu incluso), parou de fazer questão de nossa presença. Sempre que entrava na sala, tinha a impressão de já ter ouvido o que ela estava falando ad nauseam. "O que é a Psicologia Social? Não seria a Psicologia como um todo Social?" e outras sandices semelhantes. Sempre tento ver o lado positivo das aulas, encontrar algo nelas original e bom, que em nenhuma outra aula foi dito. Não encontrei quase nada de bom em Psicologia Social II, e o que encontrei, encontrei dito de forma melhor em outros lugares e disciplinas.

Método de Avaliação:
Duas palavras: barbada pura. Teve gente que não apareceu em uma única aula e tirou B, que é uma nota sólida. Como sempre digo, qualquer macaco bem amestrado tira A na Psicologia da UFRGS, mas esta cadeira é uma exceção: qualquer macaco abobado tiraria A nessa cadeira. Tivemos dois trabalhos para fazer: um era tirar fotos de qualquer coisa que achássemos interessante, e fizessemos uma relação com algum conceito apresentado em aula. Na época achei isso um abuso e uma perda de tempo, pois estávamos atolados de trabalho por fazer, mas hoje sou obrigado a admitir que é uma idéia criativa e inovadora, pelo menos na parte do tirar fotos. No segundo e mais importante trabalho, tínhamos que falar de... desculpem, não lembro. Coisas vagas são difíceis de manter na memória. Mas era sobre algo, e o que quer que escrevéssemos sobre esse algo iria ser publicado num site do departamento. Mais uma vez, algo criativo, e ainda por cima ecológico, pois não precisamos gastar papel algum. Mas a avaliação foi tão frouxa que se eu tivesse simplesmente copiado a Desciclopédia e colado no meu trabalho, teria tirado A igual. E isso realmente aconteceu, só que a fonte da cópia foi a Wikipédia (eu teria me divertido horrores se realmente tivessem copiado a Desciclopédia). Quando a professora foi informada desse fato pelo nosso colega responsável pelo site, ela preferiu lavar as mãos e nem ficar sabendo quem foi, para não ter que tirar nota. Depois o Brasil tá cheio de psicólogo que não consegue emprego nem como frentista de posto, porque é um imbecil diplomado.


Análise Experimental do Comportamento - Eletiva
Overview:
Outra cadeira que descrevo como sendo uma das melhores e uma das piores ao mesmo tempo. A aula foi toda em forma de mesas redondas, com todos participando e discutindo o assunto, muito interessante e exasperante por sinal. As melhores aulas aconteciam quando todos tinham lido os textos indicados, e todos tinham algo diferente para colocar, e as piores aulas aconteciam quando ninguém ou quase ninguém tinha lido, o que deixava a professora na monótona posição de ter que ler parágrafo por parágrafo o texto e pedir o que estávamos achando, coisa que deveríamos ter feito em casa e não em aula. No mais, me diverti horrores tentando derrubar a teoria behaviorista radical (sem sucesso, mas a guerra continua), chamando os livros indicados de "religiosos e acientíficos" e defendendo uma teoria mais humanizada na Psicologia. Tudo isso com a benevolência da professora, que poderia ter me dado um C de "Cala essa boca".

Método de Avaliação:
Como a turma era pequena e não tínhamos tido aulas formais, não tinha porquê ter avaliações formais. As notas foram dadas de acordo com a participação dos alunos nas discussões. Como eu participei bastante (mesmo que só enchendo o saco), tirei A.


Alemão Instrumental I - Eletiva
Overview:
A cadeira mais interessante do semestre, do ponto de vista sociológico, além do lingüístico. Ao contrário das demais disciplinas que cursei, que aconteciam no Campus Saúde, esta disciplina acontecia no Campus do Vale, conhecido também como "Fim do Mundo", "A Selva" e "Point dos Maconheiros". Logo no meu primeiro dia por lá eu descobri onde ficava o infame fumódromo (eu fui comer minha maçã por lá). Mas devo dizer, por Grande Justiça, que o Vale é, de longe, o lugar mais cheio de vida de toda a UFRGS, pois estudantes de muitos cursos diferentes lá convivem e até estudam juntos (como é o caso de cadeiras em comum para vários cursos, como Cálculo, para as Engenharias, Física, Matemática e Agronomia). Isso se refletiu nas nossa aula de alemão também, pois tínhamos estudantes de Filosofia, Psicologia, Biblioteconomia, Letras e Ciências Sociais. As aulas eram interessantes por si só, pois gosto de línguas, e a professora, que morou na Alemanha por vários anos tornava-as ainda melhores com suas impressões da sociedade germânica (culinária principalmente). Mas alemão é bucha, e depois de um tempo eu comecei a cansar das aulas, tanto por causa dos muitos compromissos que tive que assumir em outras aulas e lugares, quanto por causa da dificuldade da matéria. Mas posso dizer que aprendi muita coisa nessa aula.

Método de Avaliação:
Justo e eficaz. A professora nos deu nota de participação, notas por trabalhos e nota pela prova final. Quem se esforçasse passava, mas quem fizesse corpo mole, nem a pau. Os trabalhos eram difíceis, mas passáveis. A prova foi um pouco mais complicada, mas ainda assim era passável.


O próximo post dessa série vai ser sobre minhas expectativas em relação às disciplinas do terceiro semestre.

Vida Dura (Parte 8)

Em meu post anterior, falei das microcivilizações de bactérias e micróbios a quem dou terreno fértil para desenvolverem-se. Pensei em criar uma enciclopédia inteira dedicada à suas características antropológicas, sociológicas e psicológicas, além de tecnológicas e besteirológicas. Mas isso fica para outro dia, provavelmente um dia em que eu esteja bêbado de ar e drogado com chocolate (ou Benflogin). Neste post, quero falar de outra microcivilização, que apesar de se desenvolver às custas de minhas cagadas, não foi por mim criada, e pela qual tenho grande respeito: as formigas.

Tenho um pote de mel que deixo guardado no armário da cozinha. Quando fui para Caxias, ele estava pela metade; quando voltei, só um terço do que tinha deixado ainda estava lá. Prefiro pensar que meu colega de apartamento comeu bastante pão com mel (por não ter coisa melhor), pois a outra alternativa, que as formigas comeram, é muito mais pavorosa, pois não é impossível que elas me devorem durante meu sono.

Já matei muitas formigas, tanto aqui em Porto Alegre em meu apartamento, quanto em outros lugares. Essas pequenas criaturas estão por toda parte. Várias vezes deixei um copo sujo de suco em cima da pia, com a intenção de buscá-lo mais tarde para tomar mais suco. Mas sempre que voltava, elas estavam lá, colhendo os espólios de sua guerra contra minha cozinha. Me dá pena ver estas valorosas guerreiras morrerem afogadas quando vou lavar a louça, mas ou elas ou a higiene. Para reconfortar-me, penso que elas ressurgem e ressucitam como filhas do povo de Blebleberg (os que infestam o ralo da pia). Seriam elas zumbis? Não sei.

A questão é que sempre admirei estas bichinhas. Gostava de jogar Coca-Cola em seus caminhos bem ordenados para vê-las depois em volta da mancha de pura glicose negra pegando o que pudessem levar para seu reino, o formigueiro (palavra essa, aliás, que me causava confusão, pois formigueiro não é quem cria formigas?). Também gostava de deixá-las desnorteadas colocando folhas em suas trilhas de hormônios e vê-las apavoradas, mas faz muito tempo que não faço isso, pois respeito-as demais para tanto.

Também tenho grande respeito pelos cupins que neste exato momento dilaceram a porta do banheiro aqui de casa, pelas abelhas de quem roubo mel e especialmente das vespas e marimbondos que me apavoram, por suas estruturas sociais tão organizadas e complexas. Não sei, mas acho estes insetos sociais as criaturas mais interessantes do reino animal, por serem tão parecidos com os gregos antigos e suas Pólis, ou as cidades-estado da Idade Média como Veneza, que enriqueciam através do comércio e da guerra. Digo que as vespas e os marimbondos me causam maior interesse porque, além de dispor de menos informações à seu respeito, eles são como os espartanos dos insetos sociais: idênticos em quase tudo, só que muito mais guerreiros (e com um mel muito pior, mas isso não vem ao caso).

Todas essas sociedades tem uma realeza: geralmente só uma rainha, mas as térmitas (cupins brancos) também tem um rei. As abelhas têm os zangões, que seriam os concubinos da rainha. Não vou cair na tentação de antropomorfizar estas espécies, mas as semelhanças com os seres humanos são impressionantes.

Talvez valha a pena para um futuro psicólogo como eu estudar a sociologia destes bichos. Não só para minha vida profissional, mas também pra deixar minha cozinha um lugar mais seguro.

Vida Dura (Parte 7)

Tarefas domésticas realmente não são meu forte. Como li em algum blog por aí, "faxina é o trabalho dos bravos e aguerridos". Concordo plenamente. Não é qualquer um que consegue manter a higiene caseira e a sanidade mental sem muito esforço.

Digo isso por que é impressionante como as coisas ficam sujas. O ralo do chuveiro é um excelente exemplo: três dias de banho e ele já enche de cabelos, pêlos pubianos e qualquer sujeira grande o suficiente para ficar por ali também. No começo dá para ignorar, mas depois, quando a água passa a demorar demais para encontrar seu caminho até o Grande Dilúvio (ou Grande Tega, em Caxias), é hora de meter a mão na massa de pentelhos e crinas e limpar o ralo. Como diria meu colega Luiz Alexandre "tua adolescência se vai e tu te torna um homem depois que tu limpou um ralo". Interessante notar que nós dois chegamos a mesma conclusão, sem termos falado a respeito disso, em tempos completamente diferentes: depois de termos saído da casa dos pais. Aliás, o ralo da casa dos meus pais está sempre limpo. Gostaria de saber que tipo de tecnologia faz isso. Faz falta por aqui.

Lixo doméstico é outra questão problemática. Tanto o seletivo quanto o orgânico incomodam. O seletivo nem tanto, pois por mais que se empilhem caixas de pasta de papelão vazias, elas nunca darão um estorvo maior que ocupar espaço. No meu caso, ele pode, sim, dar um estorvo maior. Como atulho o lixo seletivo na área de serviço, que é aberta, em dias de vento forte, fica tudo espalhado. Mesmo assim, não é grande transtorno, pois eu só tenho que chutar as caixinhas de suco para os lados enquanto caminho por lá. O lixo orgânico é bem diferente. Primeiro porque ele é orgânico, portanto ele se decompõe, ou seja: apodrece. Como ele apodrece, ele fica fedendo, e impregna a cozinha inteira com um odor de morte celular. Além, muitos restos orgânicos quando entram em decomposição liberam uma aguazinha nojenta, que geralmente vaza do saco de supermercado que uso como saco de lixo para dentro da lixeira em si, fazendo tudo muito mais nojento. Para completar esta cena escatológica, essa aguazinha é uma Fonte da Vida para criaturas igualmente nojentas, moscas em especial. Certa vez, deixei o lixo orgânico dentro da lixeira por um final de semana inteiro, e quando levantei sua tampa para ver a situação (ou melhor dizendo, cheirar a situação), quatro ou cinco mosquinhas que não estavam lá quando fui embora, saíram voando em direção à liberdade. A partir daquele momento, deixei de lado o que a Biologia diria e passei a acreditar na Abiogênese, a geração espontânea de vida. Pasteur nunca morou sozinho para refutar esta importante teoria.

A última coisa que falarei neste post que me incomoda (mas não a última coisa que me incomoda) são os prazos de validade e requisitos de conservação de diversos produtos, alimentos principalmente. É comum para um universitário recém saído de casa, solteiro e estudando feito japonês do Flemming* abrir um pacote de comida, pegar o que quer e esquecer em algum canto. Se fosse só isso, não teria nenhum problema. O problema de fato é que, tudo que é esquecido um dia é reencontrado. No caso, é reencontrado por causa do mau cheiro, das moscas voando em volta de um ponto ignorado ou por causa da fome, que leva o indivíduo a ir atrás de suas fontes de nutrientes habituais, a geladeira e a despensa. A mais linda história real que tenho para exemplificar esse problema é a vez que, tendo nós aqui em casa decidido se livrar das coisas intragáveis que estavam na cozinha (vejam que não estou nem falando em "fora do prazo de validade"), peguei uma caixinha de creme de leite, aberta por pelo menos dois meses, e decidi olhar o que (ou quem, se fosse o caso de uma outra microcivilização superavançada) tinha ali dentro. Má idéia. Era uma massa verde disforme e fedorenta, que ninguém no mundo diria ter sido um dia creme de leite (os membros da microcivilização chamariam-na de "Berço de Mungdah", seu deus criador, pai da linhagem imperial e nome de sua capital). Também tem o caso da vez que fomos para a casa de praia de um colega, e percebemos que quase todas as coisas dentro da geladeira estavam em situação igualmente deplorável, mas por motivos diversos dos meus (desejo de poupar tudo e não jogar nada fora, ao invés de descuido e preguiça). No momento, tenho um pote de mumu dentro da geladeira que ficou mais de 15 dias fora desta, no armário, contrariando o que diz em sua embalagem. Estou com medo de abrir a sua tampa. Outra vez.

Obsessões - Part Trois

Tem uma outra coisa que detesto: deixar o blog sem atualizações. Sinto-me relapso. Geralmente é por que tenho outras coisas por fazer, mas deixar a peteca cair é algo que não gosto em absoluto. E deixei esse blog sem atualizações por 4 dias. É uma eternidade. Essa minha obsessão-compulsão me torna uma máquina de escrever, catar imagens e notícias na internet e de ter idéias. Mas também me torna um chato de galochas que enche o saco de todo e qualquer outro postador que não seja pelo menos 50% produtivo. Como os 50% de produtividade são em comparação à minha produtividade, e eu tenho acesso quase ilimitado à internet quase que o tempo inteiro, é um padrão bem alto e difícil de alcançar. O que me deixa irritado por ninguém trabalhar tanto quanto eu, e deixa os outros irritados por eu ficar incomodando por um motivo não vital (não direi que não é importante). Outro ponto negativo desse meu transtorno é que quando posto em quantidade, perco muito em qualidade. E, last but not least, fico extremamente focado em números e fico falando disso ad nauseam. Ainda não fiz isso por aqui, apesar do meu gosto de ver o Capacitor de Fluxo aumentar seu dígitos.

Escrever em um blog solo é um bom remédio para essa chatice minha: não achaco ninguém, pois o único responsável por esse negócio sou eu, e por esse mesmo motivo, controlo melhor o que publico. Por paradoxal que seja, escrevo mais e melhor por não me policiar a respeito de números e médias.

Textos

Tenho o péssimo hábito de cinco ou seis minutos depois de começar um texto para o blog parar de escrever e abandonar o rascunho para o Deus-dará. Depois de criar e começar a publicar no Espadachim Cego, tomei a decisão tácita de não deixar nenhum texto começado arquivado ad infinitum na página de rascunhos do Blogger: ou o terminaria de forma satisfatória ou o excluiria.
No R&A, tenho, sozinho, pelo menos 30 artigos inacabados. Bem coisa de quem tem TDA/H. Isso me exaspera um pouco. Não demais para se tornar uma obsessão, nem de menos para ser ignorado. Fico entre a cruz e a espada, agoniado.

Aqui no Espadachim, tenho, no momento, apenas 5 rascunhos. Pretendo publicar todos.