domingo, 12 de outubro de 2008

Eu e a Literatura

Considero a literatura uma das mais fantásticas criações humanas. Não falo da capacidade geral de escrita, desenvolvida eras atrás por alguma civilização obscura, mas dos trabalhos maravilhosos que surgiram através dela. Não canso de me impressionar com o fato de ser possível pegar um livro escrito centenas de anos atrás e ainda assim não apenas entender o que o autor queria dizer, mas sentir empatia e identificação com ele. Carl Rogers, em seu livro “Tornar-se Pessoa”, fala que não pode deixar de considerar o filósofo Soren Kierkegaard um amigo sensível e altamente receptivo, mesmo tendo ele morrido há mais de cem anos. E sou obrigado a dizer o mesmo de Rogers, que apesar de ter morrido antes mesmo de meu nascimento, influencia-me bastante com sua serena e apaixonada defesa da liberdade humana para crescer e da pesquisa científica como um meio para este crescimento. Outro amigo meu é Tolstoi, que em “My Confession” relata o angustiante caminho que trilhou, da descrença em tudo que lhe fora ensinado anteriormente, de seu desespero e suas idéias de suicídio até a sua salvação através da descoberta de um novo sentido espiritual para sua vida. Ele, junto com outros tantos escritores, falecidos ou não, cujos livros me marcaram levam-me a crer que a literatura é mais do que um amontoado de palavras unidas de forma coerente ou mera forma de sublimar a libido, mas uma verdadeira irmandade humana, que me leva a conhecer o melhor de mim mesmo através das descobertas que outros deixaram aqui antes de partirem.

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